Relacionamentos abusivos: precisamos falar sobre

por Bia Morra

Ei, você, menina-mulher. Alguma vez já viveu (ou vive!) um relacionamento destrutivo?

A verdade sobre esses relacionamentos é que, por vezes, eles passam despercebidos. As pessoas acreditam, majoritariamente, que um namoro só é abusivo caso haja agressão corporal. Mas não é assim. O abuso psicológico pode ser tão forte e tão violento quanto o físico.

O pior de tudo é que, muitas vezes, ele é sutil. A pessoa nem percebe que está em um namoro tóxico e ainda acha ruim se tentam apontar. Eu mesma levei dois relacionamentos terminados pra perceber.

A agressão é velada, e algumas vezes até passa como “elogio”. Desde o (aparentemente) inocente controle do tipo “você não vai usar essa roupa sem mim, né? Porque quero que você fique bonita só comigo perto”, até o mais incisivo “você é insuportável. Chata. Problemática. Se não fosse eu, ninguém mais gostaria de você.” (Acreditem. Eu ouvi isso no meu primeiro namoro e ainda me senti mal COMIGO MESMA. Achando que era verdade).

O pior de tudo é quando, aparentemente, tudo está às mil maravilhas pra todos os outros. Na frente dos outros, a pessoa te trata com um amor que chega a ser excessivo. Te coloca num pedestal, só pra te derrubar dele quando estão a sós.

O problema desse tipo de relacionamento é que, se você não percebe o que está acontecendo, vai entrando cada vez mais no ciclo de loucura. Vai acreditando nas críticas destrutivas, se colocando ainda mais pra baixo e… Acreditando que só o namoro que te faz bem. Afinal, na sua cabeça, você não presta, não serve pra nada. Então, ‘que sorte a sua’, achar essa pessoa tão boa, tão querida, que “te suporta”.

Hoje, no meu primeiro namoro fácil e gostoso de verdade, percebo mais do que nunca quão absurdas eram as situações que eu me sujeitava. Fico horrorizada em ver quantas vezes abaixei a cabeça ou mudei meu comportamento, pra ajustar ao que outra pessoa julgava certo.

Então, prestem mais atenção nessas pequenas coisas que vamos deixando passar em branco. Ciúme é normal e que atire a primeira pedra quem nunca sentiu. Mas ele é bem diferente de controle e tentativa de posse. Nunca deixe ninguém te colocar pra baixo, ou dizer que você é menos do que qualquer coisa.

A sorte não tem que ser sua, por ter alguém que ‘te aguente’. Tem que ser de ambos, por ter no outro a melhor companhia.

Bia Morra tem 21 anos e é (quase!) formada em Multimeios pela PUC-SP. Ela é fotógrafa amante de palavras, de Nutella e de bichos de estimação com nomes de comida (oubebida).
Bia Morra tem 21 anos e é (quase!) formada em Multimeios pela PUC-SP. Ela é fotógrafa amante de palavras, de Nutella e de bichos de estimação com nomes de comida (oubebida).

10 comentários

  1. Eu estive em um relacionamento abusivo por 9 meses em 2013. Foi uma experiência dura e horrível, mas eu “aceitava” aquilo por causa da minha infância de auto-estima baixa e bullying. Achava que ninguém iria querer estar comigo, somente ele, pois já cheguei a ouvir ele me dizer “Você tem que me agradecer por estar namorando contigo! Você é feia, burra, gorda… Não é bonita como fulana. Eu estou fazendo um favor de namorar com você.”
    Recuperada de tudo isso, decidi dar chance ao amor de novo, e estou a 1 ano com o melhor companheiro que eu poderia ter na vida! Sou feliz, sou amada e completa.

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  2. Namorei por um ano e meio um homem aparentemente psicopata. Esta pessoa nao tinha sentimentos, gostava de me explorar e controlar, fazia comentários de outras mulheres na minha frente, sempre colocava defeito em mim, me pedia dinheiro emprestado, tinha contato com outras mulheres, nunca fez questão de conhecer minha família, nunca me assumiu de verdade. Adorava fazer uma crítica. Nunca me levava para passear e qdo ia queria voltar correndo para casa. Graças a Deus tomei coragem e terminei com este diabo. Eu aceitava aquilo pq no início do namoro eu estava muito apaixonada e não o conhecia direito. Aos poucos fui vendo que ele nunca foi meu namorado e eu naquela batalha de tentar conquista lo a qualquer preço. O problema não sou eu e sim ele.

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