por Helô D’Angelo
Amigo homem, você quer ajudar o feminismo?
Não adianta só postar um textão lindo e poético no Facebook com as tags de campanhas feministas como #primeiroassédio, #agoraéquesãoelas, #meuamigossecreto e #primaveradasmulheres, ganhar vários likes, ser compartilhado pelas próprias minas, e continuar na mesma na vida real.
A desconstrução não é gostosinha como 300 likes. Você vai ter que reclamar quando seus amigos fizerem piada machista no bar. Vai ter que dizer que não é certo aquele seu “bróder” abusar de mina bêbada na balada. Vai ter que abrir mão de ficar no sofá depois do almoço enquanto sua mãe lava a louça. Vai ter que pagar pensão, em vez depostar uma foto por semana com seu bebê com textão de “melhor pai do mundo”. Vai ter que reclamar quando seu professor só ouvir homens em sala de aula e ridicularizar meninas. Vai precisar parar de tentar justificar a violência com frases como “ela que pediu”.
Você também vai precisar fechar as pernas no busão. Vai ter que se esforçar para não passar a mão “”sem querer”” na perna da menina ao sair do metrô. Vai ter que entender que essa mania de depilação infantiliza a mulher, e que isso faz parte de uma cultura pedófila. Vai ter que parar de usar o termo “novinha”, também, aliás. Vai ter que parar de fetichizar as lésbicas e de perguntar se você pode participar quando elas estão se beijando na balada. vai precisar parar de tocar, mexer, pegar, cutucar os corpos das minas, amigas ou conhecidas, só porque você é “touchy”.
Nas rodas de conversa, vai ter que ouvir as minas, em vez de só balançar a cabeça com os olhos desfocados e dizer “é, mas EU ACHO QUE…” (ou então, de simplesmente silenciá-las). Vai precisar parar de usar frases como “tinha que ser mulher”, “isso não é coisa de mina” ou “você está exagerando”. Vai ter que parar de dizer que existe menina “pra casar” e mina “pra pegar”, e parar de dizer que “você não é igual às outras meninas”. Vai precisar entender que tem coisas que você NÃO dá pitaco. Vai precisar votar em mulheres e, quando elas forem eleitas e não te agradarem como políticas, vai ter que parar de chamá-las de puta, vadia e piranha, e dizer que elas “merecem apanhar” pelas suas decisões políticas.
Você vai ter que fazer muito, MUITO mais do que um textão no Facebook. E vai precisar, acima de tudo, fazer isso apenas para ajudar as minas – e não para, depois, se gabar nas redes sociais e ganhar likes.
Sem estrelinhas na testa: respeitar não é mais que a obrigação.

[…] desconstruir, o homem só consegue, no máximo, quebrar uma parte do seu preconceito individual (o que já é bem difícil). Mas o preconceito coletivo, esse é mais complicado. Ele se manifesta quando você vai para o […]
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[…] Não é redundante falar sobre assédio. O maior problema de sermos mulheres nessa sociedade é o machismo. O machismo, violência expressa pela condição de pré estabelecer o gênero masculino enquanto superior ao feminino, manifesta-se na imagem, presença e atitudes do homem. […]
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[…] mas não são. Eles podem ser desmontados e reconstruídos de uma forma menos violenta. Formas de desconstrução incluem questionar piadas machistas, bater de frente quando dizem que ‘lugar de mulher é na […]
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[…] observação: esta é uma carta para as mulheres. Se você for homem e quiser criticar o movimento feminista, eu realmente não ligo. E, antes de falar, sugiro este textão aqui. […]
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[…] com escolhas individuais e pontuais. O que um homem pode (e deve) fazer é tentar, ao máximo desconstruir seu próprio machismo e de seus amigos homens — respeitando que a luta feminista é protagonizada por […]
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