Personagens recentes são mais donas de suas histórias e de seus destinos
por Giorgia Cavicchioli
A cada dia que passa e a cada nova geração, a Disney está precisando reinventar suas histórias para atender às expectativas das meninas – e da crítica cinematográfica. Antigamente, os desenhos traziam, de acordo com aquele tempo, princesas submissas, boazinhas demais e que sempre tinham um príncipe para salva-las.

As “princesas da nova geração”, ao contrário, são muito mais empoderadas, donas de seus destinos e fogem do estereotipo da “menina perfeitinha”. Exemplos recentes são a princesa Merida, de Valente, as irmãs Elsa e Anna, de Frozen, e, claro, Moana, da animação homônima. Seja desafiando homens a batalhas de arco e flecha, desprezando o “amor verdadeiro”, exercendo a sororidade indo sozinhas salvar o mundo, as novas princesas mostram para a criançada que não precisam de nenhum príncipe para buscar seus ideais – e que uma princesa pode ser o que ele quiser.
Este é um jeito de dizer às meninas que elas são, sim, boas o suficiente para agirem sozinhas. É uma pequena amostra de que elas não precisam de um homem para decidir ou executar seus destinos. É um empurrão para cima, e não um puxão para baixo.
Parece pouco, eu sei. Mas pense em como é diferente crescer com um modelo como a Branca de Neve e uma heroína como Merida: no primeiro caso, a menina que assiste Branca de Neve aprende que só pode ser feliz se encontrar o príncipe (mesmo que ele lhe dê um beijo não consentido), e até lá, deve se contentar em aprender a ser uma boa dona de casa; no segundo caso, o ensinamento é bem diferente – siga seus sonhos, seja livre, não se importe com papeis estabelecidos de gênero.

As ideias feministas têm se espalhado por todo o mundo e entrado, inclusive, na parte da indústria cultural voltada para a criançada. Ainda bem. Isso faz com que as meninas de hoje não queiram mais consumir o tipo de filme que coloca a princesa como frágil e submissa. Hoje em dia, uma princesa como Branca de Neve, por exemplo, não teria o mesmo sucesso – também porque a crítica veria com maus olhos o tipo de estereotipo transmitido para as crianças.
E no são só as novas princesas: tentando se enquadrar nessa nova onda feminista, a Disney tem feito um esforço para mudar as princesas antigas. Recentemente, a página oficial Disney Princess mostrou um outro olhar sobre as personagens novas e antigas. Em um vídeo, as princesas aparecem ensinando todo o tipo de aventura para as crianças de hoje em dia e fizeram uma comparação com cenas das princesas e com imagens de meninas reais.
Este é um jeito de dizer às meninas que elas são, sim, boas o suficiente para agirem sozinhas. É uma pequena amostra de que elas não precisam de um homem para decidir ou executar seus destinos. É um empurrão para cima, e não um puxão para baixo.
Isso é bom porque dá uma reciclada nas princesas antigas, trazendo-as um pouquinho mais para a realidade atual – afinal, ninguém quer parar de ver filmes clássicos da Disney. Além da renovação proposta pela empresa, é legal que os adultos coloquem os filmes em um contexto de época e expliquem que aquele tipo de atitude, naquela época, era considerado “normal” – mas que, hoje em dia, isso não é mais assim e que as princesas lutaram muito para conquistar um espaço maior em nossa sociedade.
A Disney é boazinha por causa disso tudo? Não, claro que não. Vamos lembrar que ela é uma empresa gigante, com o objetivo de lucrar, mesmo que para isso precise se desconstruir um pouquinho.
Mesmo assim, dos males é o menor: pelo menos, a Disney não quer mais encaixar meninas no padrão Cinderella. Pelo menos, agora as meninas têm modelos valentes e autoconfiantes – e um pouquinho mais realistas -. Pelo menos, Merida, Anna, Elsa e Moana estão ensinando que as meninas podem ser o que elas quiserem.

O que acontece e que Princesas tornou-se uma franquia (bem lucrativa, diga- se) voltada para as meninas, por isso vai distânciar- se do modelo “conto de fadas”, daonde os filmes mais velhos são.
Será por isso que os contos de Rapunzel e Rainha do Gelo não mantiveram seus nomes originais? (minto, na verdade e pra proteger direitos autorais mesmo…)
Porém, talvez fosse melhor abranger outros tipos de personalidade. O tipo ” empoderada competitiva” pode se tornar um clichê. Sabemos que muitas mulheres não são nem gostam de ser assim.
CurtirCurtir
Que coisa mais ridícula fica comparando a Branca de Neve e a Cinderela com princesas mais novas vai te catar elas são de um tempo muito diferente i***** tinha que ser esse feminismo i*****
CurtirCurtir