por Letícia Souto | foto de capa: Julian Landini
Ontem me deparei com um tweet a respeito dos excertos do diário de Franz Kafka. Ele dizia “Os diários do Kafka mostram o verdadeiro lado divertido da escrita.” e logo abaixo uma foto de uma das páginas do diário em que o escritor só falava de uma coisa: sua incapacidade de escrever.
Uma sensação de alívio tomou conta de mim ao me deparar com a angústia de Kafka. “A velha incapacidade”, mencionou em um dos trechos. Se a velha incapacidade atingia um dos maiores escritores de todos os tempos, imagina se não me atingiria? Todos os dias, ultimamente.
E aí parei pra pensar e concluí que os artistas tendem a travar sua produção em dado momento. É natural quando se trata de algo que é tão espontâneo e subjetivo.
Eu fico me perguntando se Frida Kahlo também tinha seus dias de inércia artística e quantas vezes Amy Winehouse rasgou a letra de uma canção e recomeçou do zero.
A gente não fica sabendo dessas coisas, mas não é só com a gente.
Não precisa sentir culpa.
Às vezes precisamos de uma pausa para alimentar nosso cérebro e nossa alma antes de voltarmos ao trabalho.
Eu sei, é muito difícil.
Mas o que a gente faz é único, é a nossa arte, os nossos quadros, as nossas músicas, os nossos textos. Ninguém mais faz o que fazemos. Não do nosso jeito.
Então eu peço a você, menina artista: não pare de fazer o que você faz. Alguém está ansioso pra ver o que você está produzindo. E se esse alguém for você mesma, melhor ainda.
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[…] vezes, precisamos de tempo. Tempo para estar sozinhas. Nem sempre sabemos quando essa necessidade vai chegar, mas ela chega: […]
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